A Confederação Nacional de Rodeios (CNAR) divulgou que as festas de peão realizadas no Brasil em 2024 movimentaram cerca de R$ 9 bilhões, reunindo 9 milhões de pessoas em mais de mil eventos espalhados por 20 estados. A maior concentração ocorreu nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, com destaque para São Paulo e Minas Gerais, que responderam por 55% do total de eventos.

Entre todos os rodeios do país, a Festa do Peão de Barretos se destacou como o maior evento do segmento, registrando público de 900 mil pessoas — número superior ao do Rock in Rio (730 mil) e do Lollapalooza (240 mil), de acordo com a CNAR. O impacto do evento foi além da arena: segundo o Centro de Inteligência e Turismo (CIET) do Governo de São Paulo, a cidade de Barretos teve um retorno direto de R$ 395 milhões em receita turística.

A média de permanência dos turistas foi de seis dias, com participação em pelo menos quatro dias da programação oficial. Cada visitante gastou, em média, R$ 2,4 mil, principalmente com alimentação, transporte e hospedagem. A organização da festa, a Associação Os Independentes, estima que cerca de 10 mil pessoas foram contratadas direta ou indiretamente para atuar durante o evento.

O economista Luciano Nakabashi, da USP de Ribeirão Preto,  disse a EPTV (Emissoras Pioneiras de Televisão) que o o impacto econômico vai além de Barretos, atingindo também municípios vizinhos, como Olímpia, São José do Rio Preto, Bebedouro e Ribeirão Preto, sobretudo no mês de agosto. O especialista aponta que os efeitos positivos se dão tanto na preparação quanto na execução do evento, com ganhos para fornecedores e prestadores de serviço da região.

O pesquisador Walter de Sousa, estudioso da cultura popular, observa que a tradição das festas de peão tem raízes na formação histórica do interior brasileiro, marcada pela influência religiosa, especialmente católica. Ele ressalta que a identidade cultural regional é fundamental para o sucesso e a continuidade desses eventos, que hoje também fazem parte da chamada economia criativa.

Apesar de sua atual roupagem comercial e profissional, o rodeio mantém elementos da cultura caipira, como a devoção a santos, a queima do alho e as demonstrações de habilidade com cavalos, preservando a conexão com a história e os valores das comunidades do interior.

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